"Queres o que não tens, essa é a realidade. (...)
Tinhas nas tuas mãos a felicidade, nelas possuias aquilo que é tão dificíl de alcançar e conseguias manter bem junto do teu peito mas querias sempre o que não tinhas.
Querias trocar-me pela adrenalina da novidade, aquele doce sabor que vagueia nas veias como corrente sanguínea. Querias e conseguiste fazê-lo, não sei como, nem porquê e deixaste-me. Largaste-me da tua mão e deixaste-me voar, renunciaste a areia de alegria, fazendo-a passar por entre os teus dedos, pensando eu que a guardarias eternamente, com a garra que tanto te define.
Um nunca chega, não é verdade? O consumo do maior é mais aliciante que a simples singularidade.
Mas sabes? Também é verdade que quem tudo quer tudo perde por isso, aqui tens a tua realidade, a verdade dos teus erros. O teu destino, o teu fado. O fado cantado e feito de amarguras porque sim, essa é a justiça. Tal como tudo, é justo, para ti. Para mim e até, talvez para nós.
Um apenas? Não chega. Porque o querer é sempre elevado. Vai até ao topo dos céus e não volta. Não diminuí. Nada. Pelo o contrário. Esse querer é sempre contraditório ao crer. Depois de dois vem nenhum, porque dois nunca são suportáveis, é demais.
Um apenas nunca te chegou... "